sábado, 20 de novembro de 2010

Psicologia Humanista

O enfoque da psicanálise no inconsciente, e seu determinismo, e o enfoque na observação apenas do comportamento, pelo behaviorismo, foram as críticas mais fortes dos novos movimentos de Psicologia surgidos no meio do século XX.

Na verdade o humanismo não é uma escola de pensamento, mas sim um aglomerado de diversas correntes teóricas. Em comum elas têm o enfoque humanizador do aparelho psíquico, em outras palavras elas focalizam no homem como detentor de liberdade, escolha, sempre no presente. Traz da filosofia fenomenológica existencial um extenso gabarito de idéias.

Foi fundada por Abraham Maslow, porém a sua história começa muito tempo antes. A Gestalt foi agregada ao humanismo pela sua visão holística do homem, sendo importante campo da Psicologia, na forma de Gestalt-terapia.

Mas foi Carl Rogers, um psicanalista americano, um dos maiores exponenciais da obra humanista. Ele, depois de anos a finco praticando psicanálise, notou que seu estilo de terapia se diferenciara muito da terapia psicanalítica.

Ele utilizava outros métodos, como a fala livre, com poucas intervenções, e o aspecto do sentimento, tanto do paciente, como do terapeuta. Deu-se conta de que o paciente era detentor de seu tratamento, portanto não era passivo, como passa a idéia de paciente, denominando então este como cliente. Era a terapia centrada no cliente (ou na pessoa)

Seus métodos foram usados nos mais vastos campos do conhecimento humano, como nas aulas centradas nos alunos, etc. Apresentou três conceitos, que seriam agregados posteriormente para toda a Psicologia. Estes eram a congruência (ser o que se sente, sem mentir para si e para os outros), a empatia (capacidade de sentir o que o outro quer dizer, e de entender seu sentimento), e a aceitação incondicional (aceitar o outro como este é, em seus defeitos, angústias, etc.).



As três condições para que o processo terapêutico avance:


Congruência, a primeira condição.


Descobriu-se que a transformação pessoal é facilitada quando o terapeuta é aquilo que é, e quando as suas relações com o cliente são autenticas, quando o terapeuta não utiliza mascaras nem fachadas, exprimindo abertamente os sentimentos e as atitudes que nesse momento ocorrem.



Para descrever esta postura terapêutica, utilizamos o termo “congruência” como uma habilidade do terapeuta. O termo “congruência” quer significar que os sentimentos que o terapeuta estiver experimentando são reais e validos para ele, que o terapeuta está consciente destes sentimentos, que os assume e que é capaz de comunicá-los.



Poucas pessoas conseguem ser totalmente congruentes. Quando mais o terapeuta souber escutar, compreender, conscientizar-se e aceitar o que se passa dentro dele, quanto mais ele puder entender a complexidade que se passa dentro dele, mais “congruente“ ele será


Podemos exemplificar isto, vamos a nos referir no que freqüentemente vemos nas propagandas da TV. Se torna evidente para nós, na maioria dos casos, que o tom de voz mostra-nos que o apresentador “finge”,mostrando algo que ele mesmo não sente . Este é um claro exemplo da incongruência do apresentador



Por outro lado, todos nos conhecemos amigos, familiares, e pessoas nas quais confiamos plenamente, porque elas são o que realmente são e não utilizam mascaras ou fachadas quando se relacionam com os outros. As pesquisas no âmbito da terapia nos mostram que é esta atitude de congruência do terapeuta que produz um bom resultado no crescimento do cliente.



Aceitação incondicional, segunda condição.



Na mediada que oi terapeuta está experimentando uma atitude calorosa, receptiva, positiva e de aceitação para com quilo que está no cliente, ele se torna um agente de mudança positiva nele. De forma alguma, queremos com isto dizer que o terapeuta deveria “concordar” com o cliente. O que queremos expressar aqui, é que ele deveria estar pronto para aceitar do cliente , seja o que for que ele estiver sentindo nesse momento, seja medo, seja desagrado, seja confusão, seja prudência, seja orgulho, sejam ódios, seja medo, seja amor , seja coragem , seja admiração.



Queremos dizer, que se o terapeuta se preocupa pelo seu cliente de uma forma não possessiva, que o aprecie, mas na sua totalidade que de uma forma condicional e que o aceite quando ele se volta por determinados caminhos, sem condená-lo quando ele percorre outros.

Trata-se aqui de um sentimento positivo que se exterioriza sem reservas, sem julgamentos, sem condições e sem apreciações. Designamos esta postura e esta atitude do terapeuta como “consideração positiva incondicional” Também aqui, as pesquisas no âmbito acadêmico demonstram que, quanto mais o terapeuta assume esta atitude, mais a terapia tem probabilidades de êxito



Empatia, terceiro elemento



O terapeuta capta com precisão os sentimentos e os significados pessoais que o cliente está vivendo e comunica essa compreensão ao cliente. Se as pessoas são aceitas e consideradas, elas tendem a desenvolver uma atitude de maior consideração em relação a si mesma. Quando as pessoas são ouvidas de modo empático, isto lhes possibilita ouvir mais cuidadosamente o fluxo de suas experiências internas.



A abordagem centrada no cliente baseia-se na confiança em todos os seres humanos e em todos os organismos. Pouco importa que o estímulo venha de dentro ou de fora, pouco importa que o ambiente seja favorável ou desfavorável. Em qualquer uma dessas condições, os comportamentos de um organismo estarão voltados para a sua manutenção, seu crescimento e sua reprodução. Essa é a própria natureza do processo que chamamos vida. A tendência realizadora pode, evidentemente, ser frustrada ou desvirtuada, mas não pode ser destruída sem que se destrua também o organismo. Esta tendência construtiva e poderosa é o alicerce da abordagem centrada na pessoa.


O organismo em seu estado normal, busca a sua própria realização, a auto-regulação e a independência do controle externo. Quando consigo criar um fluído amniótico psicológico surge movimento para frente, de natureza construtiva. O substrato de toda a motivação é a tendência do organismo à auto-realização.

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